Populações Marginais em Ecossistemas Urbanos

01. Populações marginais em ecossistemas urbanos     1989, 106 p., livro

Considera-se o primeiro livro publicado pelo Prof.Genebaldo.

É um livro histórico por várias razões: foi a primeira publicação do então recém criado Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e foi também o primeiro estudo de Ecologia Humana feita no País, adotando uma abordagem sistêmica e prospectiva.

O texto do livro foi uma adaptação da sua dissertação de Mestrado na UnB (Departamento de Ecologia) defendida em 1986, sob a orientação do Prof. PhD José Maria G. de Almeida Jr (Harvard University, USA). A Universidade Harvard é uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo, bem como a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos

À época os exemplares foram distribuídos para as universidades brasileiras, pesquisadores e instituições ligadas à área sócio-ambiental. Causou um grande impacto, pois mostrava as profundas, complexas e intrincadas redes de interrelações dos processos de adaptação humana às condições do ambiente total.

O estudo foi sobre o metabolismo energético-material e cultural de uma pequena população marginal em pleno Plano Piloto de Brasília, a pouco mais de 10 km de distância do Palácio do Planalto. Comparou os resultados com uma população equivalente em uma Super-Quadra. Os resultados foram surpreendentes.

Até o presente esta obra continua sendo consultada por interessados em pesquisas em Ecologia Humana por trazer uma metodologia bem objetiva baseada em antropologia ecológica e sob a orientação do mais renomado pesquisador sobre a temática, o saudoso Prof.José Maria da UnB.

Sumário

I – Introdução

1 – O estudo e seu contexto

2 – O que é Ecologia Humana

3 – O ecossistema urbano

4 – O local do estudo: a “Mina d’Água

O passado

O presente

O futuro

O presente do futuro

11 – Metodologia

1 – O modelo conceitual

2 – O trabalho de campo

3 – Aspectos intangíveis

111 – Resultados e discussão

1 – Variáveis biodemográficas

Formação e composição populacional

Tamanho e crescimento da população

Estrutura da população

Distribuição espacial

2 – Organização social

Grupos e relações sociais

Estrutura de poder

Estrutura sócio-econômica

Estrutura educacional

3 – Dinâmica das atividades humanas

A pesca

A agricultura e o uso da flora

A utilização da água

A criação do meio ambiente artificial

4 – Balanço energético-material

5 – O Ambiente Total e a Experiência Humana

A dieta

A educação

A saúde

A religião e a questão da violência

O lazer, o fogo e a experiência estética

A territorialidade

A questão de valores

Processos de adaptação

IV – Considerações finais

Resumo (original)

Com a abordagem sistêmica e evolucionária da Ecologia Humana procura-se identificar, analisar e integrar os elementos para um perfil ecológico humano de uma comunidade marginal urbana – a “Mina d’Água” – com uma população de 312 habitantes, localizada numa área de 75.000 m2 da futura Superquadra Norte 213, em Brasília, Distrito Federal.

Uma comunidade como essa – “invasão” ou “favela”, hoje uma forma de assentamento habitacional em expansão no mundo inteiro -, caracteriza-se, principalmente, por integrar assimetricamente as relações de custo/benefício socioeconõmico do ecossistema humano, em geral urbano, ao qual pertence: custo > benefício.

A metodologia utilizada constou de um modelo conceitual (abordagem ecológica integrada), elaborada sob o patrocínio da ONU/UNESCO, para o estudo da Ecologia Humana de Hong Kong; e de trabalho observacional de campo (participante e não-participante), durante um período de 13 meses, de junho de 1985 a junho de 1986.

Esses procedimentos teóricos e empíricos permitiram estudar o Ambiente Total (ambiente natural, ambiente artificial), por processos adaptativos, sobretudo culturais (corretivos e antidotais), tanto a nível individual como co­munitário, apesar de adversidades do Ambiente Total.

Com base nesses elementos são discutidas algumas implica­ções práticas do estudo.

Abstract

With the evolutionary and systemic approach of Human Ecology one attempts to identify, analyze, and integrate the elements for a human ecological profile of an urban marginal community – “Mina d’Água” – with a population of 313 inhabitants, located in an area of 75.000 m20f the future 213 North Superblock, in Brasília, Federal District.

A community like that – a “slum”, today a kind of residential settlement in worldwide expansion -, is characterized, mainly, by asymmetrically integrating the socioeconomic cost/benefit relations of the human ecosystem, in general urban, in which it belongs: cost > benefit.

The utilized methodology consisted of a conceptual model (integrated ecological approach), worked out under the auspices of the UN/UNESCO, for the study of Human Ecology of Hong Kong; and observational field work (participant and nonparticipant), over a period of 13 months, from June, 1985, to July, 1986.

With these theoretical and empirical procedures it was possible to study the Total Environment (natural environment, artificial environment, human population, and culture), as well as the interactions of the Total Environment with the Human Experience (biopsychic state and human conditions) of the community.

The resultant elements of these interactions suggest that “Mina d’Água” has a structure and a dynamics of its own, which are maintained in a state of equilibrium by adaptative processes, mainly cultural ones (correctives and antidotals), at the individuaIs as well as the communal leveI, despite adversities of the Total Environment.

On the basis of these elements, same practical implications of the study are discussed.

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