"Aquela minúscula capa de proteína envolvendo uma simples fita de RNA – novo coronavirus -, justo a estrutura funcional mais simples que existe, e que nem ser vivo é, impôs lições e mudanças que nenhum processo educativo jamais alcançou; proporcionou uma oportunidade única: uma parada obrigatória para pensar, perceber, refletir e mudar. Também, uma advertência? Outras pandemias virão, e não há razões para acreditar que possam ser mais brandas. Tempo de rever princípios, objetivos e prioridades. Apartar o que é urgente do que é essencial, fundamental. Nesses últimos tempos temos focalizado, em nosso trabalho, a razão dos cenários e desafios que a sociedade humana tem enfrentado: uma falha na nossa percepção. Em qual momento da nossa escalada nos desconectamos da nossa essência e criamos uma imbecilosfera estonteante? Uma sociedade distópica e normótica. As narrativas religiosas, políticas-ideológicas e econômicas falharam. Estamos em um processo no qual precisamos destravar a normose, ampliar a percepção e assim conseguir nos sintonizarmos com algo maior, mais profundo, supraindividual, mais consciente; desobstruir as vias da nossa percepção desses coágulos de ilusões. O caminho que temos escolhido até então, para o nosso processo evolutivo - o egosférico - parece ser autodestrutivo. Se quisermos (e pudermos) ainda há tempo para mudanças de rumo. O tempo dirá. Precisamos perceber melhor, e sermos melhores do que temos sido. Ave Vida!"